quinta-feira, 24 de junho de 2010

Copa do Mundo África do Sul 2010!



E finalmente a Copa do mundo 2010 na África do Sul começou!

Gostaria de ter escrito antes mas infelizmente estava com problemas na internet e não estava conseguindo postar fotos.


Bom, o primeiro jogo que fui foi o jogo de estréia  da seleção brasileira que foi no estádio Ellis Park. O jogo foi bom. Tudo bem que a atuação de nossa seleção não foi como todos imaginávamos. Pelo menos não perdemos!

Bom, cheguei ao estádio por volta das 17h30min. O jogo começou as 20h30min do horário daqui da África do Sul. Eu moro a pouco mais de 3 km do estádio e achei o acesso no horário que cheguei super tranquilo e organizado.
A entrada estava super organizada. Entramos rapidamente e sem muito que reclamar.
O que estava pegando era o frio! Estava exageradamente frio. Eu estava com 3 meias, 3 blusas, touca, luvas, cachecol, e estava morrendo de frio. Segundo falaram chegou a fazer -2 graus durante o jogo.
Achei o estádio super bonitinho! Não parece que ele é antigo. Tudo bem que fizeram reformas e mais reformas para a Copa. 

Eu fiquei em um lugar super privilegiado no estádio. Meu ingresso era categoria 2. Fiquei na parte superior, porém bem na divisão da parte superior com a inferior, do lado oposto de onde ficam a imprensa,  entre o meio do campo e onde o Brasil fez os 2 gols. Deu pra ver tudo super bem!
Pena que sempre tentavam puxar gritos de incentivo, mas sempre ficava disperso. Nem deu pra falar às coisas que queria pro Galvão direito! 



Também estava eu no segundo jogo do Brasil que foi no Soccer City Stadium. Esse estádio é magnífico! Bonito pra caramba!

Para chegar e estacionar tava meio desorganizado. Descobri que cada jogo eles mudam o sistema...
Os estacionamentos são meio longe do estádio e quem não comprou o ticket para estacionar antes do jogo pela net ( e depois tem que pegá-lo antes de ir pro estádio), tinha que parar mais longe ainda.
A entrada até que está bem tranquila. Chegamos lá por volta de umas 18h30min. Estávamos numa turma grande e queríamos ficar junto. Mas como estávamos em lugares totalmente dispersos, começamos a tentar quebrar os protocolos da FIFA. Fomos todos para a parte inferior do campo e nos amontoamos. Normalmente nessa região, a FIFA deixa as duas primeiras fileiras cobertas para ninguém se sentar. Tiramos a faixa que cobria e ocupamos os lugares.

Dai começamos a tentar apoiar a seleção ( isso antes do jogo), cantando músicas de torcida. Estávamos muito perto do campo. Mas nossa alegria não durou muito. Começaram a aparecer os donos dos lugares que alguns tinham ocupado. O jogo começou e os policiais e pessoas da FIFA vieram brigar para sentar porque estavamos atrapalhando quem estava atrás e no fim alguém se lembrou que estávamos ocupando os lugares que não era para estar ocupados e fomos expulsos de lá por volta dos 25 min do primeiro tempo. Mas foi boa a bagunça.
Depois nos juntamos na no fundo de conde fica a categoria 1 e ficamos em pé. Dai tinhamos que ficar fugindo dos caras da FIFA que queriam acabar com a nossa festa. Mas me diverti bastante.
E nesse jogo pelo menos o Brasil jogou bem melhor que no primeiro, fora que o frio deu uma grande trégua.


Os estádios dos jogos estavam bem  cheio de Brasileiros, como esperado. Mas a quantidade de pessoas de outros países que estavam com camiseta do Brasil era muito grande. Normalmente já se descarta se é brasileiro ou não pelo modo que está escrito Brasil. Se Brasil com Z, 90% de chances de não ser Brasileiro.
Antes de começar os jogos estávamos tomando uma cerveja, ? Ela desceu super bem e ainda por cima estava mantendo gelada. Dentro dos estádios estão vendendo budweiser em garrafa plástica e custa 30 rands. Caro como de se esperar dentro do estádio.
Na hora de cantar o hino todos estavam bem emocionado, porém ficamos decepcionados de como tocaram super pouco do hino. Mas fazer o que!
Gritei muito quando o Brasil fez os gols! Super legal esses momentos!
Vamos Dunga! Dá um jeito na seleção!

Ontem fui ao Soccer City novamente, mas não para ver ao jogo do Brasil. Tinha que ter a experiência de ver um outro jogo. O confronto era de Alemanha x Ghana.
Tinha uma torcida alemã muito grande. Achei que teriam mais africanos para apóiam a seleção de Ghana.
A torcida da Alemanha fez bonito na hora de apoiar. Levaram umas bandeiras com as cores da bandeira da Alemanha, cantavam todos juntos. Muito bonito.

Se bem que alguns torcedores alemães fizeram feio e brigaram, dai lotou de policiais para acabar com a bagunça que acabou aumentando. Mas no fim deu tudo certo.
Infelizmente a seleção de Ghana perdeu.
Mas foi super bonito no fim do jogo, quando apareceu no placar que a seleção de Ghana tinha se classificado para a próxima fase ( graças a Austrália que ganhou da Servia), onde vários jogadores de Ghana deram a volta por todo o estádio agradecendo a torcida e comemorando a classificação. Foram muito bem aplaudidos pelos torcedores neste momento!

No geral, resumindo:  nada como estar no país da Copa do mundo e poder acompanhar tudo de perto.

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Jogo de abertura da Seleção da África do Sul na Copa 2010


Olá meus amigos!


Confesso que não estava tão ansioso com a chegada da Copa e nem tão na expectativa de ir aos jogos. Mas tudo mudou!

Sexta-feira, no dia do jogo de abertura da seleção da África do Sul contra o México, desde a hora que me despertei e escutei os sons das vuvuzelas tocando, tudo mudou. Fui trabalhar e a empresa liberou para que saíssemos às 12h para poder chegar a tempo onde cada pessoa desejasse assistir aos jogos.

Combinei com um grupo de brasileiros de irmos assistir o jogo no FIFA FAN FEST em Sandton, que é um dos pontos em que a FIFA colocou telão para os torcedores que não irão aos jogos assisti-los.

Eu não vi muitos brasileiros lá além do nosso grupo. Nós estávamos em uns 12 brasileiros. O local estava lotado. Eu estimo que haviam cerca de 30 mil pessoas, onde 98% eram Sul-Africanos. Estavam todos equipados com camisas, fantasiados e é claro com suas vuvuzelas. Ensurdecedor...

Antes do jogo estavam todos em pé ansiosos! De repente começou a tocar o hino do México. Todos ficaram em silêncio, imagino eu que em respeito à seleção adversária!

Quando começou a tocar o hino da África do Sul, me deu um frio na barriga. Todos cantando juntamente o hino, brancos e negros unidos para apoiar sua seleção e em seu país! Foi emocionante ver aquilo. O vídeo abaixo foi do final do hino, para terem uma noção.



Quando começou o jogo, todos, ou pelo menos a grande maioria, sentaram-se (acho que é para os mais baixinhos verem sem problemas). O piso era gramado. O espaço não era suficiente para todos sentarem. Mas se permanecesse de pé, iria ganhar palavras não muito animadoras e garrafas pet de presente na cabeça. O negócio era tentar se alojar no espaço mínimo que ficou para cada pessoa. Eu fiquei os 45 minutos do primeiro tempo sem mexer as pernas por falta de espaço. Nada confortável.

No intervalo todos se levantaram para esticar as pernas e começando o segundo tempo todos se sentaram novamente. Mais um tempo sem mexer as pernas. Voltei a mexer as pernas somente no gol da África do Sul. Que emoção. Eu comemorei como se fosse gol do Brasil em final de copa do mundo. Tava contagiante a comemoração do pessoal. O difícil e engraçado foi todos se levantando pra comemorar. Depois das comemorações todos voltaram a se sentar e estavam super empolgados, daí o som das vuvuzelas voltou a ser constante, fora as músicas e coreografias locais que eles fazem. É impressionante e emocionante! O vídeo mostra o pedacinho de um desses momentos.



Foi uma pena o México ter feito um gol e empatado o jogo!

Mas foi uma experiência única e incrível ver como estão todos contentes de a Copa estar sendo no país deles e ver como eles se emocionam e empolgam nos lances que para nós brasileiros seriam lances bobos.

Um momento super especial para ficar na lembrança!

Agora é só esperar terça-feira para o primeiro jogo do Brasil! Depois conto como foi!

Grande abraço e até breve!

sexta-feira, 4 de junho de 2010

Zé do Pedal em Johannesburg!

Oi Pessoal! Dessa vez resolvi escrever para contar uma experiência incrível que passei e para falar de uma pessoa que tive o previlégio de acompanhar por alguns dias e conhecê-lo.

Em Maio de 2008, o brasileiro José Geraldo de Souza Castro saiu de Paris – França ruma a Johannesburg – África do Sul conduzindo um kart a Pedal.

Zé do Pedal, como é conhecido, chegou em Johannesburg no Melrose Arch no dia 1o de Junho após 2 anos e 3 semanas pedalando.

Eu tive o prazer de acompanhá-lo nos últimos dias junto de 2 amigos que estão fazendo um documentário sobre ele.


Essa não foi a primeira aventura do Zé do Pedal. Ele fez sua primeira aventura em 1981, quando saiu do Rio de Janeiro, de bicicleta, e chegou à Espanha, para assistir à copa do mundo de 1982. Depois disso, deu a volta ao mundo de bicicleta, cruzou o Japão e parte do Brasil em um velocípede, desceu o rio São Francisco num pedalinho e viajou pelo oceano Atlântico em um barco a pedal. Passou por chuvas monçônicas, terremotos, furacões e duas guerras civis. No total, visitou 66 países e pedalou cerca de 150 mil quilômetros.

Conforme descrito no blog do documentário sobre o Zé suas principais aventuras foram:

De bicicleta até a Copa do Mundo (1981/1982) - Saindo do Rio de Janeiro, ele atravessou a América do Sul, voou até a Inglaterra e foi pedalando pela Europa até a Espanha. Minutos antes da chegada dos jogadores para a Copa de 1982, chegou de bicicleta em frente à concentração da seleção brasileira. Este fato chamou a atenção de jornalistas do mundo inteiro, fazendo-o ganhar notoriedade no Brasil. Foi neste momento que ele recebeu o apelido de Zé do Pedal.

Volta ao mundo de bicicleta (1983/1986) - Logo que retornou da Espanha, decidiu dar a volta ao mundo de bicicleta. Nesta viagem, divulgou uma campanha de Combate ao Câncer nos 54 países pelos quais pedalou. O fim da aventura se deu no México, onde novamente assistiu a uma copa do mundo de futebol.

Japão em um velocípede (1985) - Durante a “Volta ao Mundo”, decidiu cruzar o Japão em um velocípede infantil, enquanto chamava a atenção da mídia para a condição das crianças na Etiópia.

De Chuí a Brasília em um velocípede (1987) - Após conhecer o mundo, Zé decidiu viajar pelo Brasil. Optou, novamente, pelo velocípede, e cruzou o Brasil para pedir aos políticos ajuda para as crianças do nordeste.

América do Sul em uma motocicleta (1996) - Em uma motocicleta, percorreu 8 países da América do Sul: Equador, Peru, Chile, Argentina, Uruguai, Brasil, Paraguai e Bolívia.

Pedalando no Velho Chico (2002) - Depois de 12 anos morando no Equador, voltou ao Brasil e retomou sua vida de aventureiro do pedal. Viajou por todo o Rio São Francisco, em um barco tipo pedalinho, de Três Marias (MG) até Aracaju (SE). Nesta viagem, procurou chamar a atenção do país para a poluição do Rio São Francisco.

Da Liberdade ao Cristo (2004/2005) - Saindo da estátua da liberdade, em Nova Iorque, Zé tinha o objetivo de chegar ao Rio de Janeiro, percorrendo a costa litorânea das Américas em um barco a pedal. Nesta aventura, buscava alertar a comunidade internacional para a poluição das águas do planeta. Entretanto, na cidade de Dzilam de Bravo, no México, 18 meses depois da partida, sua embarcação sofreu danos irreparáveis ao enfrentar o furacão Rita, impedindo o término da viagem. Dos 23 mil quilômetros programados, pedalou cerca de 10 mil.

Zé do Pedal 50 anos (2007) - Na comemoração de seus 50 anos, construiu uma embarcação a pedal feita com garrafas pet, um quadro de bicicleta encontrado em um lixão e algumas barras de aço. Com ela, realizou uma inusitada travessia da Baía de Guanabara, no Rio de Janeiro, para chamar a atenção para a poluição das águas e a importância do Protocolo de Kyoto.

Extreme World (2008/2010) - Em um kart a pedal, Zé viaja da França até a África do do Sul. Nesta aventura, de cerca de 19 mil quilômetros, divulga uma campanha internacional de combate ao Glaucoma e à Catarata em países pobres.

Após sua chegada ele escreveu brevemente no seu blog:

“Depois de 3049 horas, pedalando por esta maravilhosa Africa, finalmente alcancei o objetivo de chegar a Joanesburgo.

Era 3 da tarde, do dia 1 de junho, quando cheguei ao Melrose Arch.

Pra voce que fez parte deste sonho, meu eterno agradecimento.”

Consegue imaginar o que é 2 anos pedalando em um kart de criança?

É claro que eu tive que fazer um test-drive no carrinho! Nada confortável para andar por muito tempo.


Posso descrever o Zé do Pedal como uma pessoa extremamente simples e humilde. Ele é realmente um exemplo de vida.

Não tem como se emocionar com a história dele. Eu acho que estava tão ansioso quanto ele no momento da chegada e nos dias anteriores. Meus olhos se encheram de lágrimas por várias vezes escutado ele contar por momentos e coisas que ele passou.

Por exemplo, ele pegou malária 2 vezes durante essa viagem e não desistiu. As recompensas quanto as amizades, experiências, lugares que conheceu, etc, com certeza valem a pena.

Muitas pessoas que vêm ele fazendo estas coisas, acham que ele tem dinheiro. Eu presenciei um português que vive aqui na África a 30 anos, que ao ver o Zé ficou curioso e se aproximou, e começou a conversar e fazer perguntas. Após dizermos que ele não tem dinheiro, que dormia onde dava, comia o que conseguia e dependia das ajudas das pessoas dos lugares por onde passava, ele ficou pensativo. O Zé partiu e uns 2km depois o português chegou de carro e entregou ao Zé uma caixa de suco e uma nota de 100 rands.


Outro momento que me marcou foi quando o Zé viu a primeira placa escrito Johannesburg.

Ele parou para tirar uma foto, é claro, e disse assim: “Puta que pariu, 2 anos pedalando pra chegar aqui e ver essa placa”. É muita força de vontade. A placa estava torta e bem feia, mas foi a primeira dizendo que estava chegando ao destino final!


Para quem desejar ver fotos e saber um pouco mais de cada lugar que ele passou, pode visitar o blog do Zé do Pedal - http://zedopedal.skyrock.com/

O blog do filme sobre ele é - http://zedopedalofilme.blogspot.com/

Zé do Pedal, hoje com 52 anos, vai ficar aqui na África do Sul até o fim da Copa do Mundo ( ainda não tem ingresso para nenhum jogo e nem passagem de retorno para o Brasil), depois disse que vai tirar um ano de férias e em seguida começar o novo projeto que é atravessar o Brasil de norte a sul empurrando uma cadeira de rodas, projeto de nome: “Caminhando pelos que não podem”. E também para chamar a atenção pelas dificuldades arquitetônicas que as pessoas que dependem de cadeira de rodas enfrentam.


Obrigado ao Zé pelo carinho que ele teve comigo nos dias que pude acompanhá-lo e ainda quero desejá-lo os Parabéns pelo fim de mais um grande desafio.

E como ele diz: Obrigado a todos e um beijo no coração!