quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Tete - Moçambique



Olá meus amigos!

Depois de quase um mês morando em Tete - Moçambique, finalmente vou falar um pouco da cidade e da vida aqui.

Eu antes de vir para Tete estava esperando algo muito ruim, pelos comentários que escutei de algumas pessoas que já vieram aqui antes e de algumas coisas que pesquisei na internet.

Quando estava vindo de mudança para Moçambique, passei por Maputo que é a Capital de Moçambique e fui ao escritório da Vale lá onde foram me apresentar para as pessoas de lá. Todos perguntavam se eu ficaria estabelecido em Tete ou em Maputo, e quando eu dizia que era em Tete, todos faziam uma cara estranha e muitos me chamavam de corajoso. Ou seja, não tinha como esperar nada de bom da cidade.

Descendo do avião a primeira impressão foi positiva. O aeroporto é bonitinho e de cara já vi que o calor aqui é bem forte.

No geral me surpreendi positivamente com a cidade. Não é tão ruim como eu imaginava.

Mas Tete é uma cidade muito pobre. É muito comum ver a pobreza escancarada aqui.

Na rua, a cada 10 metros há um pedinte te pedindo dinheiro, sendo que a maioria é criança. Tem que acostumar-se a andar na rua com as crianças a sua volta dizendo: "Patrão, fome"; "Boss, dinheiro"; "Amigo, fome". Eles fazem uma cara de sofrimento antes de pedir, o no início da até um aperto no coração.

Mas, com o tempo vemos que parece que eles são instruídos a pedir, porque logo depois de ouvirem um "não", eles mudam a cara e saem pulando e brincando entre si.

O que é bem comum também são algumas crianças vendendo amendoim. Eles vendem a um preço bem baratinho e o amendoim é gostoso. A maioria das crianças vendendo são meninas, que colocam o amendoim em um recipiente de palha e o equilibram sobre a cabeça enquanto caminham e o oferecem.



O maior e principal problema da cidade no momento, além da pobreza, é a ponte que atravessa o Rio Zambeze. A ponte deve ter mais ou menos 1 km de distância e ela está sendo toda reformada porque já esta um pouco velha e tinha problemas constantes. E por causa da reforma, ela fica aberta durante 30 minutos somente para um sentido e depois 30 minutos no sentido oposto. A ponte liga a cidade de Tete à Moatize que é a região carbonífera e onde eu trabalho. Então, tenho que atravessá-la todos os dias para ir e voltar do trabalho. Mas olhando de longe a ponte é até bonita e nem se imagina o caos que ela é.


 
É muito comum não conseguir atravessá-la nos 30 minutos que tem direito pelo número de carros que tem para fazer o mesmo, por isso muitas vezes tenho que atravessar caminhando na volta do trabalho.

A travessia é muito bagunçada. Muitas pessoas andando com o turbo ligado, buracos no piso, obstáculos, andaimes, digamos que é bem caótico, uma bagunça.



Tem que ter paciência com a ponte, principalmente porque falta muito respeito das pessoas aqui, que tentam tirar vantagem cortando a bicha (fila) e fazendo ultrapassagens perigosas, que além de colocar em risco as pessoas que andam pelas ruas, atrapalham o trânsito ainda mais.

Aliás, o trânsito aqui é super bagunçado no geral. Ninguem respeita ninguem e parece que não tem leis de trânsito. O limite de pessoas que podem ser transportadas nos veículos aqui é aqui quantidade de pessoas que você conseguir colocar dentro dele. Veja uma foto de uma pequeno caminhão com algumas pessoas na cua caçamba o que é algo bem comum aqui. Detalhe que ainda cabe muitas pessoas no caminhão. Já vi cada malabarismo quanto a isso aqui.


De início estou morando no maior hotel da cidade: Hotel Zambeze, onde també tem muitos brasileiros vivem lá em quanto as casas que a empresa está construindo não fiquem prontas.

Uma das coisas boas daqui é esse grande número de brasileiros. Pessoal super bacana. Foi fácil e rápido de me enturmar aqui!

Acho que já tenho muito que dizer, e vou tentar escrever com maior frequência contanto um pouco mais deste lugar cheio de coisas diferentes e surpreendentes em relação ao que conhecemos na maior parte do nosso Brasil.

Final de semana passada, o meu gerente convidou para irmos a casa dele comer um churrasco de cabrito. Carne de cabrito é bem comum aqui. Em geral as pessoas criam seus cabritos para consumo próprio. É comum ver pessoas caminhando na rua carrengando um pelas costas, na moto, bicicleta ou como se ele fosse um cachorro de modo a transportar o bichinho. Eu gostei da carne, só que tem muito osso e pouca carne.


 
Mas, pra quem está curioso em saber mais rápido, e não quiser esperar eu ir contanto, eu indico que entrem no blog da Anna que é uma brasileira que trabalha comigo, e escreve super bem e já tem muitas fotos e informações daqui.

http://uaiafrica.blogspot.com/

Quem quiser me visitar aqui e conhecer um pouco dessa bagunça, fiquem à vontade e posso garantir que serão bem-vindos!

Abraço e até a próxima.


 

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Curiosidades sobre a África do Sul

Olá meus amigos! Já estou aqui em Tete - Moçambique desde o dia 31 de Agosto. Me acostumando com as coisas aqui, mas estou feliz. A recepção não foi calorosa com direito a dancinha de empregada como foi na África do Sul, mas fui super bem recebido. Mas não vai ser desta vez que vou falar daqui. Deixe-me conhecer um pouco mais e aos poucos vou contando.


Como disse na última postagem, estava faltando falar um pouco mais sobre algumas curiosidades gerais da África do Sul. Curiosidades que digo, são costumes e coisas que são um pouco ou totalmente diferentes do Brasil, ou coisas que sempre me perguntam de lá. Segue a listinha:

1- Os esportes mais praticados e mais comuns são o futebol, rugby, golf, cricket. Porém, é meio que racial os esportes praticados, sendo que o futebol é mais praticado na maioria pelos negros e o rugby, golf e cricket na maioria pelos brancos.

2- O horário do comercio em geral (shoppings) é normalmente de 9h às 18h de segunda a quinta; sexta de 9h às 20h; sábado e domingo das 9h às 17h. Normalmente, os supermercados que ficam dentro de shopping seguem o mesmo horário das lojas, mas os supermercados ficam abertos até as 19h30min. Não vi nenhum supermercado que fique aberto 24h como é comum nas cidades grandes do Brasil.

3- Nos supermercados, a única bebida alcoólica que se vende é o vinho. Caso queira comprar qualquer outro tipo de bebida alcoólica em geral, incluindo vinho, devem ir as lojas que vendem os mesmos e tem o nome de liquor store. Elas são bem comuns, porém em geral também funcionam em horário reduzido. É difícil de comprar qualquer tipo de bebida alcoólica para se levar pra casa em um domingo após as 16h.

4- Qualquer pessoa que tenha um aparelho de TV pode ver os canais de TV “aberta”. Porém, passam uns fiscais nas casas ( nunca vi um, mas dizem que existem) para ver se foi pago a taxa de TV anual. A taxa é baratinha, tipo uns 60 reais por ano, e pode ser parcelada. Mas ainda não sei qual é a pena ou multa para quem tiver utilizando TV e não tiver pagado essa taxa anual.

5- Uma das coisas difíceis de ver são filtros de água nas casas e tampouco água mineral nas mesmas. O pessoal bebe mesmo é água torneiral! Dizem que a qualidade da água na torneira na África do Sul é uma das melhores do mundo. Então se você for passear por lá, pode beber a água da torneira sem medo. Confesso que no início fiquei com receio, mas no fim já bebia sem qualquer problema.

6- A pedido do Arthur, desde uma das primeiras postagens que eu fiz, vou falar como são as mulheres na África do Sul. Bom, algumas pessoas podem não concordar comigo mas eu não sou fã das mulheres de lá não. Até tem muita mulher bonita, mas elas são bonitas somente quando novas. Toda vez que via uma menina bonita de uns 17/18 anos andando com a mãe do lado, a mãe já estava digamos que destruída. Elas têm o prazo de validade muito baixo. E uma coisa que me incomodava bastante nelas é que a maioria fuma e eu tenho um grande problema de tolerância a cigarro. Tem gente que não vê problema algum quanto a esses itens, mas pra mim...

7- Como eu havia falado em uma das primeiras postagens, o transporte público mais comum na África do Sul são umas vans de lotação que o pessoal de lá chama de taxi. Existem várias coisas interessantes para se falar desses taxis. Uma delas é que eles não possuem identificação de para onde estão indo e não possuem um trajeto fixo. As pessoas ficam fazendo sinais com as mãos para mostrarem ao taxi a região onde querem ir e se o mesmo está indo para a região sinalizada ele pára. Veja no link abaixo de como são as sinalizações para se pegar o taxi.
http://www.joburg-archive.co.za/2005/pdfs/taxis1.pdf

Outra coisa interessante sobre os taxis é que o motorista não tem nenhuma pessoa contratada por ele para auxiliar no recebimento do dinheiro e para devolução de troco. Então eles convencionaram que a pessoa que sentar na parte da frente da van, até o momento que está dentro dela fica responsável por receber o dinheiro dos outros que estão utilizando a mesma van. Isso foi feito como forma de reduzir o número de acidentes que ocorriam com as vans, pois os motoristas se distraiam recebendo o dinheiro e dando troco. Uma coisa a menos para eles se preocuparem.

8- Para quem não sabe, as tomadas sul-africanas são de um tipo diferente das do Brasil, elas são do tipo M (veja a foto), segundo o site Electrical Outlet. Enquanto no Brasil são do tipo A, B e C. Esse site é muito interessante, pois fala de tomadas do mundo inteiro e a voltagem de cada país, à propósito a voltagem na África do Sul é 220v. Eu não havia visto em nenhum dos lugares por onde passei tomada como de lá. Fora que comprei um adaptador que dizia ser universal, mas temos que apresentar a África do Sul ao fabricante dele.



Bom, agora acho que vou ficar um bom tempo sem falar da África do Sul. Vou começar apresentar um pouco mais sobre Moçambique a vocês. Até a próxima.