Olá meus amigos!
Depois de quase um mês morando em Tete - Moçambique, finalmente vou falar um pouco da cidade e da vida aqui.
Eu antes de vir para Tete estava esperando algo muito ruim, pelos comentários que escutei de algumas pessoas que já vieram aqui antes e de algumas coisas que pesquisei na internet.
Quando estava vindo de mudança para Moçambique, passei por Maputo que é a Capital de Moçambique e fui ao escritório da Vale lá onde foram me apresentar para as pessoas de lá. Todos perguntavam se eu ficaria estabelecido em Tete ou em Maputo, e quando eu dizia que era em Tete, todos faziam uma cara estranha e muitos me chamavam de corajoso. Ou seja, não tinha como esperar nada de bom da cidade.
Descendo do avião a primeira impressão foi positiva. O aeroporto é bonitinho e de cara já vi que o calor aqui é bem forte.
No geral me surpreendi positivamente com a cidade. Não é tão ruim como eu imaginava.
Mas Tete é uma cidade muito pobre. É muito comum ver a pobreza escancarada aqui.
Na rua, a cada 10 metros há um pedinte te pedindo dinheiro, sendo que a maioria é criança. Tem que acostumar-se a andar na rua com as crianças a sua volta dizendo: "Patrão, fome"; "Boss, dinheiro"; "Amigo, fome". Eles fazem uma cara de sofrimento antes de pedir, o no início da até um aperto no coração.
Mas, com o tempo vemos que parece que eles são instruídos a pedir, porque logo depois de ouvirem um "não", eles mudam a cara e saem pulando e brincando entre si.
O que é bem comum também são algumas crianças vendendo amendoim. Eles vendem a um preço bem baratinho e o amendoim é gostoso. A maioria das crianças vendendo são meninas, que colocam o amendoim em um recipiente de palha e o equilibram sobre a cabeça enquanto caminham e o oferecem.
O maior e principal problema da cidade no momento, além da pobreza, é a ponte que atravessa o Rio Zambeze. A ponte deve ter mais ou menos 1 km de distância e ela está sendo toda reformada porque já esta um pouco velha e tinha problemas constantes. E por causa da reforma, ela fica aberta durante 30 minutos somente para um sentido e depois 30 minutos no sentido oposto. A ponte liga a cidade de Tete à Moatize que é a região carbonífera e onde eu trabalho. Então, tenho que atravessá-la todos os dias para ir e voltar do trabalho. Mas olhando de longe a ponte é até bonita e nem se imagina o caos que ela é.
É muito comum não conseguir atravessá-la nos 30 minutos que tem direito pelo número de carros que tem para fazer o mesmo, por isso muitas vezes tenho que atravessar caminhando na volta do trabalho.
A travessia é muito bagunçada. Muitas pessoas andando com o turbo ligado, buracos no piso, obstáculos, andaimes, digamos que é bem caótico, uma bagunça.
Tem que ter paciência com a ponte, principalmente porque falta muito respeito das pessoas aqui, que tentam tirar vantagem cortando a bicha (fila) e fazendo ultrapassagens perigosas, que além de colocar em risco as pessoas que andam pelas ruas, atrapalham o trânsito ainda mais.
Aliás, o trânsito aqui é super bagunçado no geral. Ninguem respeita ninguem e parece que não tem leis de trânsito. O limite de pessoas que podem ser transportadas nos veículos aqui é aqui quantidade de pessoas que você conseguir colocar dentro dele. Veja uma foto de uma pequeno caminhão com algumas pessoas na cua caçamba o que é algo bem comum aqui. Detalhe que ainda cabe muitas pessoas no caminhão. Já vi cada malabarismo quanto a isso aqui.
De início estou morando no maior hotel da cidade: Hotel Zambeze, onde també tem muitos brasileiros vivem lá em quanto as casas que a empresa está construindo não fiquem prontas.
Uma das coisas boas daqui é esse grande número de brasileiros. Pessoal super bacana. Foi fácil e rápido de me enturmar aqui!
Acho que já tenho muito que dizer, e vou tentar escrever com maior frequência contanto um pouco mais deste lugar cheio de coisas diferentes e surpreendentes em relação ao que conhecemos na maior parte do nosso Brasil.
Final de semana passada, o meu gerente convidou para irmos a casa dele comer um churrasco de cabrito. Carne de cabrito é bem comum aqui. Em geral as pessoas criam seus cabritos para consumo próprio. É comum ver pessoas caminhando na rua carrengando um pelas costas, na moto, bicicleta ou como se ele fosse um cachorro de modo a transportar o bichinho. Eu gostei da carne, só que tem muito osso e pouca carne.
Mas, pra quem está curioso em saber mais rápido, e não quiser esperar eu ir contanto, eu indico que entrem no blog da Anna que é uma brasileira que trabalha comigo, e escreve super bem e já tem muitas fotos e informações daqui.
http://uaiafrica.blogspot.com/
Quem quiser me visitar aqui e conhecer um pouco dessa bagunça, fiquem à vontade e posso garantir que serão bem-vindos!
Abraço e até a próxima.